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mercredi 20 juin 2012

POETAS E JARDINS.




 O poeta tem o dom de transformar em paisagem aprazível qualquer lugarejo que para o comum dos mortais, é inóspito.
Estupendo, para o poeta.
Foto autor.
O sonhador sobe para cima de um penedo onde nem os gafanhotos querem viver e pode entender que aquilo é magnifico. Se junto do penhasco houver um pinheiro mesmo que invadido por lagartas processionarias , o poeta vai esquecer o efeito  urticante causado pela bicharada e a paisagem torna-se sublime, estupenda. Talvez o poeta tenha imaginado a flor do pinheiro centenário que fecundada na Primavera, deu origem a nova pinha que depois de mudar de forma, cor e tamanho, viu com o Verão, chegada a hora de libertar a sua progenitura.
Pinheiro centenario. (foto net.)
Farto de ser oprimido estava o pinhão, quando viu chegada a hora da liberdade; Bateu as palmas, saltou de alegria, mas na hora da verdade, (qual pára-quedista antes do primeiro salto,) hesitou, agarrou-se às paredes, mas estava escrito, o vento sacudiu o ramo que lhe servia de cordão umbilical, e este foi projectado para o vácuo.
Quis a Previdência que o vento o ajudasse a subir nas alturas e rodopiando tentou escolher o lugar ideal para “aterrar”.
Não podia escolher um jardim ou seara, porque segundo os humanos seria indesejável; foi poisar-se entre dois rochedos onde nem os animais o pudessem tragar. Ai nasceu um esplêndido pinheiro que depressa cresceu ate que um casal de namorados em busca de aventura, entendeu que o lugar era demasiado inóspito para tão linda dadiva da natureza, o mandou cortar, fez com a madeira um barquinho e pôs-se a navegar. Aproveitou para esse fim um pequeno rio que passava perto, afluente de um outro que os levaria ate ao Oceano.
Começavam os apaixonados a sonhar com uma ilha deserta onde pudessem olhar-se no branco dos olhos  sem incomodar ninguém, quando foram surpreendidos por uma tempestade e o barquinho fracassou contra a margem.
Quando a tristeza chegar, faz um barquinho
e poe-te a navegar.
(foto net.)
Em homenagem à arvore que tanto prazer lhes proporcionara, decidiram os apaixonados plantar muitos pinheiros a fim de que todos os namorados do mundo pudessem construir um barquinho e pôr-se a navegar, mas como não os encontraram, plantaram então outras arvores, muitas arvores.
Deve isso ter acontecido ao Sul de Coimbra, e foram talvez os namorados em questão que plantaram o Choupal.
Choupal. Foto autor.
A.L.
Quando a tristeza chegar
Faz um barquinho
E põe-te a navegar
E cria a esperança breve
De que és uma pena leve
Muito leve a flutuar.

(Poeta desconhecido)

dimanche 10 juin 2012

CARTA ABERTA AO MEU FILHO.

Ainda tu banhavas no ventre de tua mae, ja o estado através da Segurança Social, te ou lhe enviava subsidios a fim de que ela te pudesse comprar as fraldas, cuidado nao fosses tu à nascença ser embrulhado num velho retalho de cobertor emprestado pela vizinha. Antigamente podia-se nascer e morrer sem  receber um centavo de ninguém.
Nasces-te numa maternidade bem apetrechada, com assistência de pessoas competentes; outrora nascia-se eme casa com ajuda de uma "parteira" que pouco mais sabia do que dizer: puxa Maria.
Beneficias-te desde logo de assistência medica e medicamentosa; no antigamente tínhamos "hospitais" onde certas crianças entravam com um braço fracturado, mas porque eram pobres ficavam deficientes para sempre.
Aos oito anos estavas na escola, aos doze no colégio, aos 16 no liceu, aos vinte na universidade. Sob a ditadura, aos oito trabalhava-se no campo, aos 12 guardavam-se as vacas, aos 16 quebravam-se calhaus, aos vinte... tropa, guerra, fome, maus tratos, suportavam-se seres que para ganhar galões, nada  melhor que fazer a vid negra a inocentes de vinte anos que nao pediram nada a ninguém.
Evidentemente que nao eram todos assim.
Se ha um tao grande contraste entre o hoje e o ontem,nao é por mero acaso; muitos morreram a fim de que a liberdade triunfasse.
Se beneficiamos de uma especie de Estado Previdência ou Estado social sao necessários muitos impostos e cotizações diversas  para que a "teta" nao seque. La estão(mos) os contribuintes e os pagadores de impostos vais encontra-los onde quer que estejas: logo demanha no parque, no comboio, no metro, na rua ha sempre alguém que participa no financiamento das infra-estruturas de que beneficias, por consequência, toma nota:
Os teus professores respeitaras; so eles te poderão transmitir o saber necessário a fim de que nao vivas de rastos, amordaçado como no passado.
As ideias fascistas estalinistas ou inquisitoriais combateras.
De ninguém zombarás.
O ambiente na medida do possível respeitaras.
Tolerante e solidario seras.
Do teu "saber" uso egoista nao faras.
Se fores funcionario, os utentes contribuintes respeitaras.
Arrogante nao serás.
E... gostaria que respeitasses estas "regras".
A.L.

samedi 9 juin 2012


TUDO ISTO EXISTE, TUDO ISTO E TRISTE, TUDO ISTO E ESTADO!
Sentado no  promontório de Sagres, Portugal, (leia-se o Estado Português), escrutava o oceano, na esperança que as caravelas regressassem carregadas de ouro, mas quem apareceu foram os credores a avisar: poupem que já são grandinhos.
Outrora tivemos o Império; vieram depois as remessas dos emigrantes e  os fundos Europeus, e deste modo, em parte à “pala” dos outros,  íamos vivendo e sonhando, ate que um dia, acordamos e o despertar foi brutal: somos  uns tesos. Países há  que foram devastados por  duas grandes guerras e desenvolveram-se. E  enviaram-nos um  arremedo de prosperidade. No meio dos anos 60 acolheram centenas de milhar de Portugueses e nos anos 80, abriram os braços a Portugal, suposto já não ser  Salazarista, no seio da União Europeia.
Fomos no passado, um dos países mais ricos da Europa, e hoje somos um  dos mais miseráveis. Que fizeram os nossos “governantes” através dos séculos? O ditador de S. Comba por exemplo, queria  uma população pobre, ignorante e doente, para não se revoltar; os comunistas tentaram impingir-nos  uma espécie de revolução  Bolchevique, quanto aos Sociais Democratas, isto e, P.S. e P.S.D., não quiseram, não souberam, ou não puderam inverter a tendência?
Ate prova do contrario, um pais desenvolve-se com pessoas  qualificadas, e não enviando crianças de 10 anos guardar gado. Havia  no passado, crianças inteligentes a guardar ovelhas, e testemunhas da época, diziam: o minha senhora, há tanto “burro” no liceu. Talvez os  fundos  Europeus  devessem ser utilizados para modernizar  uma economia anémica. Quantos milhares de engenheiros foram formados? Quantas centenas de empresas criadas? Quantos milhões de euros facturados graças enfim, às nossas exportações? Quantos milhares de empregos criados localmente a fim de que todos tenham uma casa, dois carros e porque não duas televisões?
O  Portugal supracitado estava de ferias, estava há muitos  anos a ver a telenovela, foi a Espanha  ver o futebol , perdeu-se no caminho. O  Pais partiu à deriva e encalhou. E agora? A barca esta excessivamente carregada e devemos emagrecer. Todos ou só os mais obesos? Temos a sorte de ter em Portugal, dois partidos que se podem considerar Sociais Democratas. Caminhava sozinho, parei olhei para os lados para ter a certeza que não fazia figura de “parvo”; interroguei-me: qual deles o mais Social?  O Estado Social ou a S. Democracia é mais  questão de meios que de partido. Não dispomos de recursos para uma S. D.  como nos países nórdicos, tenhamos o que é possível; sem abusos. ( Se não podes  ser uma fogueira na montanha, sê uma candeia em tua casa), disseram-me um dia. Cortem no supérfluo , não no indispensável. E legitimo perguntar: E verdade que  no preço da gasolina há 80 por  cento de imposto? E verdade que no preço de um carro novo há 40 por cento  de imposto?  Digam-nos que tudo isso é mentira que tudo isso é falso, impossível,  ou então não adoptem atitudes de virgem ultrajada porque vêm ai novos impostos. Mas admita-se por  hipótese que todos estes impostos existem. Para quê? Para eles terem boas reformas depois de  pouco cotizarem? Para eles terem carro com motorista? E não podem utilizar carros mais pequenos, mais económicos? Certo  homem tinha um burro, mas como tinha pouco feno para lhe dar, reduziu a ração dia apos   dia , ate que  o animal deixou de comer. Esfregou as  mãos  de contente o homenzinho, porque o burro já não lhe custava nada. Finalmente como era obvio o burrinho  morreu. Continuem como nas ultimas décadas, mas  ainda não somos tão “burros” como isso. Os Sul-Coreanos começaram por copiar os frigoríficos e televisões Ocidentais, e hoje dao lições ao mundo inteiro. Mas copiemos, já que pouco sabemos.