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dimanche 22 juillet 2012

RECORDAR. Cont.


Por Fernando S. Leitao.

Oh laje do escorrega
Onde a roupa era rasgada
Era imensa a brincadeira
A que pode ser comparada?!

Da dois passos mais abaixo
Junto ao moinho do António da Fonte
Come ai um piquenique
E espera que eu te conte.

Esbaforidos vínhamos
Quando da parede do gato
Andar sempre ao pé delas
Era um tanto ou pouco chato.

Tal como fomos nascidos
Assim íamos para a agua
Sempre que eu penso nisso
Fica cá uma grande magoa!

E lá na poça do Corgo
Mesmo sem saber nadar
Sempre uns atrás dos outros 
Num constante chapinhar.

Uma passagem tão bela
Senta-te lá algum tempo
Leva boa companhia
Nunca mais esqueces o momento.

Penedo da Fontanheira
Tu és de grande beleza
De cima dele tu vias
A formosa natureza!

E do penedo da Estrela
Em amena cavaqueira
Os homens cortavam o feno
Lá em baixo junto à ribeira.

E tu do mocho chamado
Estas cheio de casinhas
Quem me dera ai brincar
Mesmo com os cabelos  branquinhos.

Mal um pouco de descuido
Estavam elas nos milheirais
Teu desabafo era sempre
Andares para ai aos ais.

Fomos tantos que ai andamos
Numa brincadeira sa
Mal se perdiam as vacas e ovelhas
Lá estava a mama.

RECORDAR.




Por  Fernando S. Leitão.

Às voltinhas no  São Bento
Tanta gente ai brincava
Foi ao bicho, à barra e à bola
Que a gente ai se deliciava

Milagrosa  Santa  Luzia
Dos sem luz és Padroeira
É  um dos  grandes desejos
Eu parar à tua beira.

Senhora das sete espadas
Bem sabes o que são dores
Penso eu e também outros
Que o mundo não são só flores.

Nossa Senhora das Dores
Tem sete espadas ao peito
Soldado tem sete letras
Serviram do mesmo jeito.

E lá da tal capelinha
Contemplas a Paradaia
Com toda a sua beleza
Quaisquer ser penso que desmaia.

Vai até àquele penedo
Do Bairro alto chamado
Estas mais perto do Céu
Mais junto do Deus adorado.

Vira-te agora para a Lapa
Vai à Corga da Estrumeira
Da terra que de lá tiraram
Já há tão pouca lameira.

Andando até ao estádio
Para ai um bocadinho
Olha as paragens distantes
Talvez fiques pasmadinho.

Lá em baixo fica o Vouga
Aquele que vai até Aveiro
Junto a esse memo curso
Fica tanto e tanto lameiro.

Vai até à parede do gato
E podes jogar à choca
Se não queres andar com a pinha
Podes levar com a moca.







mardi 17 juillet 2012

OS PORCOS APRECIAM QUE LHES ATIREM COMIDA, AS PESSOAS, NAO.




Perorando sobre a miséria ambiente, dizia um dia o Pr. da Republica que o Estado não pode acudir a todos, mas os que têm mais...
Se o Sr. Pr. tivesse andado na “escola” comigo, teria constatado que na parede de uma velha casota onde eu aprendi a ler e a contar, havia um  cartaz que em letras garrafais dizia: os que podem aos que precisam, colaborai na mendicidade. O Sr. Pr. andou por outras bandas e descuidado, quase ressuscitava  o velho slogan salazarista: dêem uma esmola ao pobrezinho.
O Senhor Presidente, o que os pobres querem, não é caridade, mas justiça; as pessoas carenciadas não querem que lhes levem de vez em quando um quilo de arroz e uma lata de salsichas, o que elas precisam e ter o suficiente para viver de cabeça levantada com dignidade. Não são esmolas que queremos, mas viver como homens , não como bichos, (viver como espírito, não como célula.) Assim diziam os entendidos. Já lá vão muitos anos, certo escritor dizia: A vigésima quinta hora, é aquela em que a nobreza do espírito, não mais será subjugada, à tirania da matéria, mas essa hora cada dia que passa, se afasta mais de nos.
Dizem por ai, Sr. Pr. que há pessoas que gozam de boa saúde e não querem trabalho, mas isso é treta ou são em numero reduzido. Na minha terra todos trabalham desde que tenham emprego; se o Senhor conhece alguns que se agarram ao rendimento mínimo, por comodidade, pegue-lhes na mão, uma palmadinha nas costas, e diga-lhes que trabalhem um bocadinho: 1 hora  hoje,2 amanha, 3 no dia seguinte, e assim sucessivamente, porque o trabalho faz calos, estraga as mãos, você não sabe, mas eu digo-lhe: o trabalho fodernica as mãos todas, e se não há emprego para os trabalhadores, como quer você que trabalhem os poucos malandros que possam existir? E de qualquer forma, trabalho rima com trabalhador não com malandro, mas que reguem os jardins públicos, que limpem as florestas, calmamente, mas que retribuam o que os contribuintes lhes dão.
E costume dizer-se que o Estado paga, mas onde vai ele buscar o dinheiro se não é ao bolso dos contribuintes? Tanto quanto sei ainda não foi encontrado um poço de petróleo sob o palácio de Belém, ou uma mina de ouro sob S. Bento. E o dinheiro para os vossos carrões, onde vão busca-lo? Se me pedem um imposto, gosto e saber para onde vai, se derem um subsidio, procuro saber de onde vem; não vou dizer que o generoso Estado me deu uma ajuda, se são os impostos do meu vizinho que financiam; e quem sabe se ele se levanta mais cedo que eu! Por enquanto a alvorada toca mais cedo em minha casa, no futuro, veremos.

A.L.

mardi 10 juillet 2012

ABRIL CONTINUARA CINZENTO.




Num Abril não muito distante, brindou-nos o Pr. da Republica com um discurso informando os Portugueses que somos um Estado pobre. O Dr. Cavaco auscultou o pais e o diagnostico é sem ambiguidades: somos uns coitados.
Pensava eu que com pib  per capita igual a metade do que ostentam os nossos vizinhos, (eu olho para o Norte não para o Leste, ) o mal era crónico, mas oxalá não seja bem assim. Mas... e é muito grave, Doutor?
Certo governo  tinha diagnosticado o estado de tanga, mas agora ficamos completamente nus.  Consta que se os pobres empobrecem, há ricos que enriquecem. Ora se os ricos  progridem, Aida bem, sempre há quem pague meio-quartilho, se a miséria dos pobres aumenta, estamos mal; e não há por ai um ministério mais rico onde se possam “roubar “ uns cobres? É certo que nao se combate a fome e a delinquência com aviões de caça ou submarinos, mas também não se pode dar uma “Play Station” a cada um dos nossos Generais. E em que ficamos?
Propunha o Sr. Pr. um pacto entre os partidos. Convide pois todos eles; convide os empresários e os empregados; os filósofos e os agricultores; os inteligentes e os idiotas; convide-os a todos, mas que cada um pague o seu almoço. Diga-lhe que mais tarde ou mais cedo ( mais tarde que cedo, evidentemente,) talvez se deva imaginar um modelo de sociedade mais justo onde os ricos enriqueçam e os pobres desempobreçam.
Segundo certas “más-línguas ” sempre as mesmas, Sr. Pr.  há por ai certa Senhora politica que depois de ter trabalhado dez anos se reformou aos quarenta e dois, mas isso é mentira, um homem como você  não admitiria tanta injustiça, ou será que lá pelas Índias copiamos a sociedade de castas, e pela América Latina, a Republica daqueles frutos em forma de virgula?
Vista a situação sob certo prisma, os pobres são todos uns tesos: não têm lá um bom tinto e um bom presunto para V. Exas. Eu cá, falo por mim; um copo de morangueiro e umas sardinhas pescadas quem sabe na semana passada, ( eu moro muito longe do mar, sabe Sr. Pr. ?) Talvez  se pudessem arranjar, o resto não, custa para cima de um dinheirão, e se os cá tivesse eram para mim. Certo menino do campo, passava um dia junto a um formigueiro e admirado, porque as formigas passavam a vida a trabalhar, elas responderam: MEU MENINO SO MANDUCA NESTA VIDA QUEM TRABUCA.
Há dias o Senhor andava muito triste, e tem chorado muito? Eu também ando muito triste,e se nao choro, não é por falta de vontade.
Cante agora comigo Sr. Pr.

Esta noite, eu chorei tanto
Sozinho, sem ter um bem
Por mais uma pensão toda a gente chora
Por mais uma coisa que nem toda a gente tem
Eu por cá vivia tranquilo, mas preferia não dar nada a ninguém.

E o Sr. P. Ministro também anda muito triste não obstante o seu carro novo? E os Deputados e Ministros também andam tristes?
Cantemos todos um bocadinho.

Encosta tua cabecinha
No meu ombro e chora
E conta tuas magoas todas
Para mim.
Que quem chora no meu ombro
Eu juro que não vai embora
Que não vai embora
Que não vai embora.

A.L.


dimanche 8 juillet 2012

RÉSISTE.




Prouve que tu existes
Cherche  ton bonheur partout, va,
Refuse ce monde égoiste
Resiste
Suis ton coeur qui insiste
Ce monde n’est pas le tien, viens,
Bas-toi, signe et persiste
Resiste.

By France Gall.

samedi 7 juillet 2012

VOCÊ DISSE SINDICALISTA?




Longe da terra
Não pela serra
Mas sem os passarinhos
Que fazem: dim, derlim, dim...
Acontece-me que para matar saudades passo da televisão francesa à portuguesa, e deparei há dias com a imagem de um senhor que se diz sindicalista, mas que vinha fazer propaganda para um partido politico.
Não fazia publicidade para um partido qualquer, não senhor, mas para àquele que nos anos 70, recebia ordens de Moscovo.
Recordo com tristeza aquela noite em que cá longe procurando saber noticias da parvónia, tentava sintonizar a rádio portuguesa, mas era a rádio moscovita que me saia  na mesma frequência. Diziam então os kamaradas que  Portugal devia nacionalizar a banca e os seguros. Não tardou pois que  a ordem fosse seguida à letra. (Não sorriam os salazaristas, porque foi Salazar que me deu “escolas” que nem retretes tinham).
No que concerne o nosso “sindicalista” dirige ele um sindicato ou uma filial de um dos últimos partidos comunistas da Europa? Quererá ele ser chefe de kolkhoze? Saiba que possuo umas terras  abandonadas; se o nosso “amigo” quiser adquiri-las quem sabe graças à magia soviética possa uni-las e realizar o seu sonho.
E certo que no passado a nomenclatura  russa possuía luxuosas “Datchas” junto à Volga. Não fique desiludido  prezado senhor, tenho também um palhal em ruínas junto à Volga; talvez possa o senhor compra-lo e  construir a sua “Datcha”.
P.S. Um pequeno lapso se introduziu neste texto. O palhal de que falo, não é junto à   Volga, mas junto ao Vouga ; é  quase igual e é mais perto; e para quem chamava paraíso ao pais do Gulague, o lapso não é tão grande como parece .

A.L.

dimanche 1 juillet 2012

QUEM DISSE PRIMATAS?




De entre os diversos flagelos que assolam o nosso velho Continente, há por exemplo, a emigração clandestina, e como não é possível empregar todos os “refugiados”, vamos encontrar estendendo a mão junto aos semáforos, enquanto outros fartos de “pedir” começam a esvaziar os parquímetros do seu conteúdo, por vezes manipulados por autenticas organizações mafiosas que os forçam a roubar confiscando-lhes em seguida o fruto do seu “trabalho”.
Não ficam por aqui as actividades criminosas de alguns desses “turistas”. Alguns trazem com meninas as quais prometeram emprego, obrigando-as em seguida a exercer a mais antiga profissão do mundo, e com o dinheiro assim angariado vão inundar os nossos países com estupefacientes e se a prostituição é visível, já o comercio da droga é mais subterrâneo e quando detectado pode ser já tarde.
De onde quer que eles venham, têm todos o mesmo dominador comum: são oriundos de países que são ou que foram num passado recente dirigidos por regimes déspotas, e as ditaduras qualquer que seja a cor que elas ostentam produzem os mesmos efeitos: instauram a miséria nos seus países, exportando-a seguidamente para casa dos vizinhos. E esta a diferença entre as democracias e as ditaduras: as primeiras acolheram no meio dos anos 60 centenas de milhar de Portugueses que fugiram a miséria Salazarenta e deste modo enviaram-nos nos anos  um arremedo de desenvolvimento, as segundas enviam-nos miséria sob forma de mão-de-obra barata, prostitutas e organizações criminosas. Vem isto a propósito de certo Deputado Português (Salazarista evidentemente) ter declarado um dia que os militares que apearam o regime fascista, não passavam de primatas fardados.

NAO PODEREI DIZER QUANTO ME AFLIGE O JA HOJE EXCLUSIVO PRIVILÉGIO PORTUGUÊS DO MENDIGO, DO PÉ DESCALÇO, DO MALTRAPILHO DO FARRAPAO; NEM SEQUER O NOSSO TRISTE APANÁGIO DAS MAIS ALTAS MÉDIAS DE SUBALIMENTADOS, DE CRIANÇAS ENXOVALHADAS, EXANGUES E DE ROSTOS PALIDOS (DA FOME, DO VICIO).
excerto da carta enviada por D. Antonio F. Gomes, ( Bispo do Porto), a Salazar em 1958.

Na Alemanha de Leste, há também quem venere o antigo regime; deviam juntar-se todos e ir limpar as lágrimas aos Norte-Coreanos.
Se há 30 milhões de refugiados, 100 milhões de emigrantes, mil milhões de esfomeados, tudo isso é mais devido aos déspotas que aos democratas e só não vê quem não quiser; até se costuma dizer que o pior cego, é aquele que não quer ver.
Se na nossa frágil democracia ainda há pequenas “tiranias” que mais tarde ou mais cedo devem cair, ter “escolas” que nem uma retrete tinham, como no meu tempo, era pior que agora; ir para a tropa, ganhar  cinco escudos por mês, era pior e podem-se multiplicar os exemplos.
A.L.
(Ai daqueles que chamarem bem ao mal, e mal ao bem.) São Lucas.